Entrevista
Ecólogo, sobre mudanças climáticas: “Agora é assim”
Doutor em Ciência e professor de Ecologia na Furg, Marcelo Dutra da Silva fala ao DP a respeito do cenário do clima
Foto: Jô Folha - DP - Principal tema abordado foi a necessidade de adaptação dos governos às mudanças climáticas
O ecólogo, doutor em Ciência e professor de Ecologia na Furg, Marcelo Dutra da Silva, atendeu o Diário Popular para entrevista transmitida ao vivo nesta segunda-feira (13) nos canais digitais do Jornal.
O principal tema abordado foi a necessidade de adaptação dos governos às mudanças climáticas. Confira alguns dos tópicos abaixo. A entrevista completa pode ser assistida neste link.
Mais intensidade e maior frequência
“O que mais a gente pode afirmar é que eventos que a gente eventualmente observou em outros momentos na história, a grande diferença é a frequência. E em alguns casos, a intensidade”.
“Tenho visto muitas tentativas de negar que mudanças climáticas existem porque isso é cíclico, porque em 1941 aconteceu e as mudanças na paisagem não eram tão severas. Ou porque não estávamos, naquele momento, em picos de carbonização, como a gente tem feito nos últimos 50 anos. Vamos lembrar de pelo menos duas coisas: em 1941, a nossa área atingida, pelo menos nos mapas que temos, o que se projeta hoje em dia para o evento de 2024 é muito maior, mais intensidade e abrangente”
Falhas
“Estamos carbonizando, carbonizando, queimando combustíveis fósseis. Estamos ocupando áreas de uso para exploração de recursos cada vez mais intensa e desregrada. Estamos ocupando, nas cidades, de maneira muito despreocupada com relação às cotas mais perigosas do ponto de vista da aproximação dos corpos hídricos sem observar os leitos de inundação. É para lá que essas águas vão, essas áreas não deveriam ser ocupadas da forma como vêm sendo”.
Futuro
“Esta recuperação, ou essa reconstrução, tem que ser diferente, tem que ser uma outra lógica, ter uma visão de futuro, ser sustentável. E mais do que tudo ter a previsibilidade de que esses eventos fazem parte do nosso cotidiano. [...] Agora é assim, e isso significa que edificar ou prever novas edificações em locais de risco precisa ser pensado duas vezes. Talvez, no caso de Pelotas, novos empreendimentos devam ser redirecionados para um lugar mais seguro”.
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